21 de Março é o Dia Internacional de Luta Contra Discriminação Racial, data marcada pelo Massacre de Sharpeville, onde na Cidade de Joanesburgo a polícia abriu fogo contra manifestantes que lutavam pelo fim do regime do Apartheid racial. Foram mortas 69 pessoas e 186 feridas.
O regime racista do Apartheid chegou ao fim, porém o racismo ainda é uma triste realidade que se revela todos os dias em nosso cotidiano, que se perpetua nas agressões e violências sofridas pelos Afrodescendentes através do recebimento de menores salários; preconceito em entrevistas de trabalho e abordagens policiais; e de forma velada, inserido em piadas e comentários que por trás do tom de brincadeira conservam arraigados em si uma mentalidade de profunda intolerância e atraso.
Hoje; a globalização das culturas nos têm chamado a atenção para a necessidade de falarmos em juventudes, em virtude da diversidade de modos de se ser jovem, o que nos leva a afirmar que um jovem homem negro e pobre vive uma realidade diferente de um jovem homem branco e pobre ou ainda de uma jovem mulher negra e pobre, moradora de periferia e sem escolarização.
Portanto, os conceitos que envolvem as juventudes as nos colocam um leque de diferentes abordagens. É preciso dar um tratamento equivalente à questão racial como bandeira de luta constante, ao invés de se assumir a postura covarde de mascarar uma realidade que vem se tornando cada vez mais difícil de esconder como por exemplo as trajetórias escolares dos jovens negros, são marcadas pelas reprovações e interrupções confirmando que as desigualdades raciais compõem o cenário dos processos de escolarização e de vida da população negra.
Mais que marcar a data... os jovens, que têm em si o espírito inovador que moveu muitas das grandes transformações da humanidade, tem o dever de todos os dias levantar esta bandeira de luta, repudiando toda e qualquer forma de discriminação, seja ela racial, social, religiosa, orientação sexual e outras que, independente da origem, são marcadas pelo desrespeito e ignorância.